Vivemos num período em que a Inteligência Artificial está a moldar de forma quase imediata o panorama global, afetando não só a nossa vida quotidiana, como também as dinâmicas organizacionais.
Como agência de comunicação, é imperativo compreender esta mudança e de que forma nos podemos adaptar. Uma de tantas tarefas como profissionais de comunicação, é analisar o contexto em que nos encontramos, de modo a entender em que direção devemos seguir e para isso identificamos oportunidades e ameaças que sejam relevantes. Assim, olhemos para esta questão quase como uma análise SWOT:
A IA apresenta-nos pontos fortes diariamente, dos quais a maioria de todos nós tira partido. A facilidade, a acessibilidade e o apoio técnico que a IA nos disponibiliza chamou à atenção de todos e cada um de nós quis perceber como funciona e aproveitar o que esta nos pode dar. Quem nunca pediu ajuda ao ChatGPT, quer seja para um tema pessoal como profissional?
Contudo, e apesar do deslumbramento pelas ferramentas de IA, como o ChatGPT, também começaram a surgir dúvidas e receios do desconhecimento total do que pode vir a ser a IA no nosso futuro. A par de toda a complexidade fascinante da IA, existem também fragilidades, pois o ChatGPT tem um conhecimento limitado, nem sempre fornece informações verdadeiras e, mais importante, não é humano.
A preocupação constante sobre se a IA irá ou não substituir as nossas profissões paira no ar como uma sombra inquietante. Contudo, é importante reconhecer que enquanto algumas funções podem ser automatizadas, o papel humano permanece irremediavelmente insubstituível em muitos aspetos.
Numa agência de comunicação, as relações interpessoais desempenham um papel crucial. A capacidade de compreender emoções, interpretar nuances culturais e construir relações pessoais são características humanas que desafiam a replicação total pela IA. No entanto, a IA pode ser uma aliada valiosa aquando da personalização de mensagens e na análise de dados para compreender melhor os públicos-alvo.
É importante destacar as capacidades transformadoras da IA, nomeadamente no que diz respeito a análise de dados e a estratégia de conteúdo. Estas ferramentas de análise podem identificar padrões de comportamento do consumidor e fornecer um apoio orientado na criação de mensagens mais eficazes. No entanto, e apesar de agilizar processos e fornecer insights benéficos, a IA não substitui a criatividade humana que é tão necessária e preciosa na área da comunicação. Tal como a arte de construir relacionamentos humanos permanece como uma habilidade singular que a IA não consegue alcançar.
Existe, então, uma aliança estratégica entre a IA e os profissionais de comunicação?
À medida que a IA revoluciona o mundo, é essencial perceber que a ameaça de substituição total não é iminente. Em vez disso, podemos olhar para a IA como uma aliada estratégica, capacitando profissionais de comunicação a atingirem níveis de eficiência e personalização diferentes do que até agora eram expectáveis.
Agora que a IA chegou, é ponto assente que não sairá das nossas vidas e veio para ficar. Assim, é vital abraçar a mudança, adaptar-nos, explorar o melhor que esta tecnologia nos traz e perceber que podemos recorrer à mesma para fortalecer o papel humano na comunicação. Não há garantias de que somos substituíveis, como também não há do contrário, mas se encontrarmos um equilíbrio entre a IA e a parte humana construímos um futuro onde os limites da inovação, da criatividade e da comunicação poderão ser redefinidos.